terça-feira, 16 de junho de 2009

OUTros falam de MORTE

Guillermo Vargas Habacuc - artista contemporâneo, um dos nomes mais comentados nos últimos anos por sua obra intitulada "Exposición nº 1".
O artista foi um dos participantes da Bienal da América Central na galeria de Honduras em 2007 e conquistou sua 'fama' internacional com uma instalação no qual aprisionou um cachorro de rua que supostamente morreu de fome e sede à vista do público.


A instalação foi inspirada na morte de um imigrante nicaragüense, Natividad Canda Mayrena de 24 anos, que foi devorado há cerca de três anos por dois cães rottweilers de uma oficina de Cartago - Costa Rica, o evento foi filmado por câmeras de TV, e segundo policiais que estavam no local não poderiam intervir atirando contra os cães porque a vítima seria atingida.

A "Exposición nº 1" possuia alguns elementos que remetiam à morte do imigrante como a gravação do hino sandinista - hino do movimento político nicaragüense tocado em ordem inversa, havia também um recipiente onde se queimaram pedras de crack e maconha, um cachorro que ganhou o nome de Natividad preso a um fio, na parede havia comida para cachorro formavam a frase "Você é o que você lê" e a representação dos vários tipos de mídia.

Em entrevista ao site G1 o artista questionado sobre os limites da arte responde com outra pergunta: "Você acredita que a exploração, a xenofobia, o ódio aos pobres e, em geral, as relações com o poder são produto da arte?" e ainda comenta: "são delirantes, reflexo de um mal-estar que tem raízes no dia-a-dia das pessoas e que se pretende fazer passar por solidariedade com os demais seres; se eu estivesse errado, não haveria tantos seres humanos e animais na indigência".
Não demorou muito para órgãos de proteção aos animais e pessoas afins se manifestarem contra ação do artista, muitas petições e abaixos assinados contra a exposição foram lançados na internet principalmente após a suposta morte do cachorro.


O artista declarou à imprensa "Natividad morreu, os meios foram cúmplices", mas não quis especificar a qual Natividad se referia.
Ninguém viu o cachorro após o terceiro dia de confinamento, não se sabe ao certo se o mesmo morreu ou foi retirado da galeria.
Juanita Bermudez representante da Galeria Códice disse em entrevista ao mesmo site: "O cão permaneceu no local por três dias, a partir das cinco da tarde da quarta-feira, 15 de agosto [de 2007]. Esteve solto o tempo inteiro no pátio interior, exceto pelas três horas que durou a mostra, e foi alimentado com comida canina que o próprio Habacuc trouxe. Surpreendentemente, ao amanhecer da sexta-feira, 17, o cão escapou passando pelas vergas de ferro da entrada principal do imóvel, enquanto o vigilante noturno que acabava de alimentá-lo limpava a calçada exterior do local".
Somos livres, enquanto artistas, para brincarmos com a vida? O que é real afinal?
Segue abaixo alguns links, a entrevista do artista à uma rádio e algumas notícias sobre este tema.
Também circula pela internet uma petição para boicote na participação do artista em exposições atuais.

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