segunda-feira, 10 de outubro de 2011

reFLExões sobRE O FAzer

por Diego Miguel


O que é a arte, senão o concreto daquilo que muitas vezes quero dizer e me falta a coragem?


Para os fracos que se envergonham e temem, e também para os fortes que enfrentam suas fraquezas; a mesma arte!


Quando olho para dentro, vejo caminhos obscuros que teimam em permanecer calados com medo do enfrentamento, mas também vejo a necessidade de desabrochar o sublime, o etéreo que permeia as relações, a minha vida, coisas que carrego e que não se traduzem em palavras.


É o modo de ver o mundo, por ângulos ousados e desfocados, muito além do belo.


O que a arte te provoca?


É sinestésico, sutil, muito além da visão, do racional.


Ousar, permear por caminhos novos. Se permitir o acesso às sensações, livrar-se do peso cotidiano das limitações e dissabores.


Ouvir-se, enxergar-se, sentir-se, comer-se...


O que é a arte se a hipocrisia de quem a produz é para agradar o outro, dando sentindo ao outro e não a si mesmo?


A arte se comunica com o mundo quando está latejante, entre a pele e os pêlos.



(...) os azulejos combrem a parede, mas nunca a memória; revisitando minha história, e percorrendo por um caminho já trilhado, revendo cores, amores e poesias (...)


Um dia serei um artista.

a beLEZA De hoPPEr


Edward Hopper, artista americano que buscou através de sua obra visitar a beleza solitária das cidades. (1882-1967)


Nighthawks



Summertime


Summer interior


Morning sun


Chair Car

MUNch

“Caminhava com dois amigos pelo passeio, o sol se punha, o céu se tornou repentinamente vermelho, eu me detive; cansado, apoiei-me na grade – sobre a cidade e o braço de mar azul-escuro via apenas sangue e línguas de fogo -, meus amigos continuaram a andar e eu permanecia preso no mesmo lugar, tremendo de medo – e sentia que uma gritaria infinita penetrava toda a natureza.”

Edvard Munch, sobre "O Grito" 1893