por Diego Miguel
O que é a arte, senão o concreto daquilo que muitas vezes quero dizer e me falta a coragem?
Para os fracos que se envergonham e temem, e também para os fortes que enfrentam suas fraquezas; a mesma arte!
Quando olho para dentro, vejo caminhos obscuros que teimam em permanecer calados com medo do enfrentamento, mas também vejo a necessidade de desabrochar o sublime, o etéreo que permeia as relações, a minha vida, coisas que carrego e que não se traduzem em palavras.
É o modo de ver o mundo, por ângulos ousados e desfocados, muito além do belo.
O que a arte te provoca?
É sinestésico, sutil, muito além da visão, do racional.
Ousar, permear por caminhos novos. Se permitir o acesso às sensações, livrar-se do peso cotidiano das limitações e dissabores.
Ouvir-se, enxergar-se, sentir-se, comer-se...
O que é a arte se a hipocrisia de quem a produz é para agradar o outro, dando sentindo ao outro e não a si mesmo?
A arte se comunica com o mundo quando está latejante, entre a pele e os pêlos.
(...) os azulejos combrem a parede, mas nunca a memória; revisitando minha história, e percorrendo por um caminho já trilhado, revendo cores, amores e poesias (...)
Um dia serei um artista.