quinta-feira, 15 de abril de 2010

arTE CIBERnética - itAÚ CULtural


A partir de 17 de abril, o Itaú Cultural marca presença no metrô de São Paulo e apresenta seis obras de seu acervo de arte e tecnologia. Trabalhos de artistas como Edmond Couchot, Daniela Kutschat, Regina Silveira e Rejane Cantoni, entre outros, fazem parte da mostra.

A exposição Arte Cibernética - Acervo Itaú Cultural nasceu de uma parceria do instituto com a Companhia do Metropolitano de São Paulo. As obras convidam os usuários do metrô a interagir com a arte nas movimentadas estações do Brás, Itaquera, República, Tiradentes, Paraíso e Sé.

Exposição Arte Cibernética - Acervo Itaú Culturalsábado 17 de abril a domingo 23 de maio de 2010todos os dias das 9h às 21hnas estações Brás, Itaquera, Paraíso, República, Sé e Tiradentes do metrô.
Acesse http://www.itaucultural.org.br/ e saiba mais sobre as ações que o Itaú Cultural realiza no campo da arte tecnológica. Ou siga-nos no twitter e fique por dentro da nossa programação: twitter.com/itaucultural. Em breve, novidades sobre a próxima edição da bienal de arte e tecnologia Emoção Art.ficial, que começa em julho.
informações 11 2168 1777 atendimento@itaucultural.org.br


imagem: Descendo a Escada, de Regina Silveira Foto: Cia de foto

quinta-feira, 8 de abril de 2010

pintuRA PERFormática - uMA (nova) EXPERiência pARA idoSOS


TÍTULO
A expressão corporal como forma de reconhecimento do corpo e movimento em oficinas de artes visuais para idosos.

INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida no Brasil, ocasionado pela admissão de hábitos saudáveis e a contribuição dos avanços tecnológicos favoreceram a oportunidade de qualidade de vida, com isso, o crescimento da população idosa é assunto de grande relevância na contemporaneidade.
Neste cenário, surgem políticas públicas voltadas à esse público com o objetivo de favorecer o envelhecimento saudável e ativo.
São programas compostos por atendimentos sócios assistenciais que além do atendimento social, cultural e à saúde visam contribuir com a preservação e prevenção da autonomia e independência, favorecendo a qualidade de vida da pessoa idosa por meio de atividades e oficinas sócio educativas.

JUSTIFICATIVA

As artes visuais, assim como as demais linguagens artísticas, proporcionam às pessoas, momentos de conhecimento, re-conhecimento, identificação e criação. Além de propor a contextualização entre os períodos, as técnicas e os conceitos pessoais e coletivos que cada obra em específico carrega em sua essência.
Pensando na grandeza das artes visuais e nos paralelos traçados entre as realidades pessoais e a realidade artística, foi proposto um Workshop de Pintura Performática em homenagem ao mês do idoso, promovido no Núcleo de Convivência para Idosos Arte de Viver (Liberdade/ São Paulo), se estendendo ao evento do Dia do Idoso promovido pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

OBJETIVOS

* Despertar no idoso o conhecimento e re-conhecimento do corpo e seu movimento.
* Propiciar o conhecimento básico sobre a História da Arte e os relevantes movimentos artísticos, assim como as pesquisas e vivências dos principais artistas.
* Propor a leitura do processo e das obras de Jackson Pollock.
* Estimular a emoçã o por meio dos ritmos musicais e dos movimentos, permitindo que estes sejam registrados nas obras artísticas.
* Permitir a vivência da criatividade no participante.
* Desenvolver o espírito de cooperação e o trabalho em grupo.

DESCRIÇÃO DO TRABALHO

O Workshop de Pintura Perfomática foi realizado em três momentos.
O primeiro momento foi o de reconhecimento do corpo e seu movimento através de um jogo de improvisação e expressão corporal.
Ao som da música de Chopin, os idosos andaram pelo espaço, orientados a sentir o movimento de seus pés, observando a sua postura e o movimento de seu corpo, parte a parte, observando a sua relação com o espaço. O grupo foi orientado de forma minuciosa a relacionar os movimentos cotidianos à movimentos que os levariam à uma sinestesia específica.
Trabalhando o movimento corporal nos diferentes planos e criando intenções diferenciadas, os idosos foram convidados a imaginar, ao som da música, como se através dos movimentos os corpos tingissem o espaço, com cores diferentes, inspiradas por cada intenção/ movimento.
Na segunda etapa, os idosos conheceram as obras de Jackson Pollock, assistiram um breve vídeo sobre a pintura performática e fizeram leituras das principais obras, assim como a leitura de seu processo artístico.
Ao som de Bolero de Ravel, os idosos puderam experimentar a vivência artística da pintura coletiva. Sobre uma tela com os recursos do movimento da expressão corporal, todos os participantes fizeram o registro de seu movimento.
Cada pincelada, cada “jogada” de tinta representava um determinado movimento, uma intenção e uma emoção influenciada por aquele momento, todos tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência com o mundo empírico.

AVALIAÇÃO

O painel pintado pelo grupo de idosos, além de muito interessante, mostra a quebra da figuração e a possibilidade de agregar novos conceitos à arte que fogem de uma narrativa, algo que remete à disponibilidade do idoso à novos conceitos, à cumplicidade e o comprometimento com o desafio.
O trabalho coletivo reforçou a autonomia individual e a autonomia do grupo, todos transitaram com sua pintura sobre a tela, com a preocupação não de apenas inserir sua marca, mas de agregá-la à marca do colega.
Aos olhos da gerontologia, algo muito importante para o fortalecimento dos vínculos sociais e da rede de suporte social para a pessoa idosa.
Após esta experiência, observando à tela, todos relataram as sensações eminentes de cada fase.
Coletivamente, o grupo concluiu que podemos estruturar as fases conforme a ordem: a primeira de reconhecimento e de sensibilidade na construção/ desenho do movimento e a beleza que ele oferece quando materializado por uma marca (a tinta).
A segunda fase, segundo o grupo, foi o momento de conhecer à técnica artística, o rompimento da pintura tradicional comprometida à técnicas da verossimilhança e a busca por uma arte pessoal, envolvida de sentimento e emoção.
A experimentação na última fase, foi algo muito interessante, assim como relatou a Sra. Aparecida – nunca imaginei brincar com a tinta, e o melhor, pintar de forma relaxada, ao som de uma boa música que envolveu meus movimentos em cada variação de ritmo, após esta vivência perdi o conceito de certo e errado na arte.
Foi um grande desafio propor algo diferente da realidade dos idosos, foi necessário buscar através da expressão corporal e jogos de improviso a cumplicidade entre os participantes, para que os conceitos da tradicional arte fosse desmistificado e se tornasse algo muito valioso para os participantes, o marco de uma vivência diferenciada, onde a racionalização não se faz presente.








* Diego Miguel, artista plástico, especializando em Arte Educação pelo Centro Universitário Maria Antônia/ USP, e pesquisador em gerontologia e arte educação para idosos. Atualmente coordena o Núcleo de Convivência para Idosos Jova Rural, serviço da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social - Prefeitura de São Paulo.

soBREVIVência - uM NOVo olhAR